IA no mercado brasileiro: onde estão as oportunidades?

Setores como saúde, agronegócio e finanças lideram a adoção da inteligência artificial no Brasil, abrindo caminho para especialistas qualificados e especializações como o MBA em IA e Big Data da USP

A inteligência artificial já é parte essencial da transformação digital no Brasil, com aplicações que vão do diagnóstico na saúde à automação na indústria. Presente em diversos setores, a IA impulsiona inovação, eficiência e personalização, ao mesmo tempo em que aumenta a demanda por profissionais capacitados para transformar dados em soluções estratégicas e responsáveis.

Segundo a professora Solange Rezende, coordenadora do MBA em Inteligência Artificial e Big Data da USP, as oportunidades para especialistas na área estão se multiplicando, especialmente em mercados que lidam com grandes volumes de dados e que buscam eficiência, redução de custos e personalização de serviços.

Entre os campos com maior demanda estão a saúde — com diagnósticos assistidos, análise preditiva e monitoramento remoto de pacientes com o uso de sensores e IA embarcada —, o agronegócio, por meio da agricultura de precisão, e o setor financeiro, com ênfase em gestão de risco, detecção de fraudes e automação de atendimentos via chatbots e assistentes virtuais baseados em linguagem natural. 

Também se destacam o varejo, que utiliza recomendações inteligentes para melhorar a experiência do consumidor; a educação, com tutoriais personalizados; e o setor público, onde a IA tem sido aliada na oferta de serviços mais eficientes e acessíveis.

Na área da saúde, a inteligência artificial tem sido fundamental para acelerar diagnósticos e melhorar a tomada de decisão clínica. Algoritmos treinados com milhares de exames são capazes de identificar sinais precoces de doenças como câncer, diabetes e Alzheimer com alta precisão.

Instituições como o Hospital Albert Einstein, o Grupo Dasa e o Fleury Medicina e Saúde já utilizam inteligência artificial para melhorar diagnósticos por imagem, prever doenças e personalizar tratamentos. Empresas como a MV Sistemas também desenvolvem soluções que integram IA à gestão hospitalar, contribuindo para a eficiência e a qualidade dos serviços de saúde.

Além disso, sistemas de apoio à decisão auxiliam médicos na escolha de tratamentos personalizados, considerando o histórico do paciente e dados genômicos. Em hospitais, a IA também é utilizada para otimizar o uso de leitos, prever demandas de atendimento e até automatizar tarefas administrativas, liberando mais tempo para o cuidado direto ao paciente.

Além disso, a indústria nacional vive o avanço da Indústria 4.0, ampliando ainda mais as possibilidades para especialistas em IA. Startups, hubs de inovação e programas de incentivo públicos e privados também criam um ecossistema fértil para quem deseja empreender ou trabalhar com pesquisa aplicada no Brasil.

Um exemplo desse movimento é o Açolab, laboratório de inovação aberta da ArcelorMittal, que desenvolve soluções para a indústria do aço em parceria com universidades e startups. O Centro de Excelência em Tecnologia 4.0, em Sorocaba, também fortalece o cenário ao promover a digitalização industrial com apoio do setor produtivo, academia e governo. 

Já parques tecnológicos, como os de São José dos Campos e Ribeirão Preto, oferecem suporte a empresas de base tecnológica, reforçando o papel da IA como motor da inovação do país.

Nesse cenário, tornar-se um especialista em inteligência artificial é uma escolha estratégica. “O país vive um momento de transformação digital e busca maior protagonismo global na inovação”, afirma Solange. Empresas e instituições públicas precisam de profissionais capazes de transformar dados em soluções reais. Além disso, a área oferece projeção internacional, já que o conhecimento técnico em IA é altamente valorizado em todo o mundo.

A IA está transformando setores no Brasil, criando novas oportunidades para especialistas em tecnologia e dados | Foto: Envato

Para quem busca se destacar nesse universo, o MBA em Inteligência Artificial e Big Data da USP se apresenta como um dos principais caminhos. A especialização, coordenada por Solange Rezende, oferece uma formação robusta que une teoria, prática e conexão direta com as necessidades do mercado. “Ele ajuda novos profissionais a construírem uma base sólida e permite que os mais experientes atualizem seus conhecimentos, incorporando a IA aos seus contextos de atuação”, explica a professora.

Entre os diferenciais do MBA estão o ambiente multidisciplinar, a proximidade com especialistas da academia que atuam no desenvolvimento da Inteligência Artificial e Big Data, no departamento de Ciências de Computação do ICMC/USP, e do setor produtivo, e a aplicação de projetos reais ao longo do curso. Além disso, o programa estimula uma visão ética e estratégica sobre o uso da IA, formando profissionais preparados para gerar valor com responsabilidade.

A tendência é de que a demanda por especialistas em IA continue crescendo. A tecnologia está se tornando mais acessível e começa a chegar também a pequenas e médias empresas, governos locais e comunidades. Isso abre espaço para atuação em diferentes regiões do país -não apenas nos grandes centros urbanos.

Profissionais que aliarem conhecimento técnico à visão crítica, criatividade e sensibilidade ética serão os mais valorizados. “O Brasil precisa – e vai continuar precisando – de profissionais que saibam transformar dados em inteligência e inteligência em soluções que melhorem a vida das pessoas”, conclui Solange.

Para quem quer fazer parte dessa transformação, o MBA em IA e BigData da USP é mais do que um curso: é uma ponte para o futuro.

Texto: Sinara Martins, de Fontes Comunicação Científica.

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